Quem Lacra não Lucra

Eu não sei dizer a origem dessa expressão: “Quem lacra não lucra”. Acredito que deve ser recente, afinal, o termo lacração não é muito velho. Mas, antes de colocar meu ponto sobre a frase que faz título dessa publicação, seria bom saber o que seria a ‘lacração’, palavra que origina o verbo ‘lacrar’ e daí, sua variação para terceira pessoa do singular ‘lacra’.

De acordo com o Dicionário Online de Português (https://www.dicio.com.br/lacracao/), ‘lacração’ significa:

“substantivo feminino

Ação de lacrar, de fechar por completo com lacre (fecho).

[Gíria] Ação de se sair bem, ser bem-sucedido, de ter sucesso: sua apresentação de dança foi pura lacração!

[Popular] Ato de autenticar a placa de um automóvel com selo de chumbo.

Etimologia (origem da palavra lacração). Lacrar + ção.

Definição de Lacração

Classe gramatical: substantivo feminino

Separação silábica: la-cra-ção”

Eu ainda acrescentaria mais um significado que parece ser o uso comum da internet. Muitas pessoas atribuem à ‘lacração” atos de que dão destaque a minorias como negros, LGBT, mulheres, etc. Porém, não sou escritor de dicionário, vai ficar meu achismo em cima da minha experiência de vida mesmo.

Voltando ao significado oficial, mais especificamente o de gíria – “Ação de se sair bem, ser bem-sucedido, de ter sucesso” – não entendo como alguém que possa ser bem sucedido não tenha lucro. Afinal, no mundo capitalista, lucro é um sinal de sucesso.

Para mim, essa expressão precisa de uma pequena correção para fazer sentido: Quem lacra, não lucra MAIS. Isso se deve porque existe um grupo de pessoas que não suportam a ideia de que outros grupos não possam ter destaque além do padrãozinho ao quais estão acostumados. E por isso, boicotam filmes, livros, apresentações, músicas, enfim, muita coisa que agradaria ao público, mas o povo tem que torcer contra, tem que fazer campanha para embargar, avaliar mal.

Um exemplo são os novos filmes, eu nem diria tão inclusivos assim porque os heróis já existiam há muito tempo, da Marvel. Pantera Negra recebeu várias avaliações negativas antes da estreia, sendo um excelente filme. Outro, mais recente, Capitã Marvel, um filme também muito bom, mas gente que falava mal simplesmente pelo motivo de a protagonista ser mulher. Um filme não tão bom (podemos dizer ruim mesmo) foi Lanterna Verde, que é praticamente a versão masculina da heroína da Marvel, não recebeu tanto esforço para ser rebaixado. A bilheteria foi suficiente para mostrar a “qualidade” da película.

Qual é o ponto aqui? Existe uma galera determinada a não deixar que outras pessoas se sintam representadas e para isso desqualificam obras que são bem aceitas pelo público em geral. Por essa razão, Quem lacra, não lucra MAIS. Porque existe uma barreira de ódio que pode impedir outras pessoas de aproveitarem algo bom.