Ryco X Privilegiado




Existe uma diferença entre essas duas palavras: Ryco (y de propósito) e privilegiado. Não quer dizer que quem seja rico, não seja privilegiado, mas nem todo privilegiado é rico.
Rico é todo aquele que tem fortuna, grande abundância de propriedades, grandes heranças, o que lhe garante uma vida sem a necessidade de um trabalho. Ainda que tenha o dinheiro trabalhando para ele (o dinheiro trabalhando, não a pessoa) ele não precisa se preocupar com o próximo quinto dia último do mês para se sentir o rei do camarote.
Privilegiado, que pode ser rico, é aquele que tem condições mais fáceis de vida. Aquele que nasceu em uma família com certa segurança financeira, não possui dificuldades que grande parte da população tem tais como morar longe do trabalho, não ter urgência (no caso de jovens) para arrumar algum emprego, pois a família pode sustentar até conseguir algo que eles acreditem que valha o esforço.
Diferentemente dos que não são privilegiados e nem são ricos, o que é conhecido como pobre. Esta classe possui todas as dificuldades para existir. Baixa renda, pouco acesso à educação, mora em grandes distâncias dos lugares em que estuda e/ou trabalha, grande restrição de acesso à cultura, não possui infraestrutura básica para viver (moradia, saúde, saneamento, etc) e são os primeiros a sentir efeitos de qualquer crise econômica.
Em uma pesquisa do IBGE, foi constatado que apenas os 1% que ficam no topo, a renda média foi de R$ 27.213 por mês, 36,1 vezes a média recebida pela metade mais pobre da população, que ganhava R$ 754 por mês (fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/11/concentracao-renda-ibge.htm e https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20844-10-da-populacao-concentram-quase-metade-da-renda-do-pais). A renda per capita foi de foi de R$ 1.271. Mas, da massa de R$ 263,1 bilhões gerados, os 20% da população com os maiores rendimentos ficaram com uma parte superior à dos 80% com os menores rendimentos.
Essa grande disparidade de renda entre os ricos e os pobres faz com que quem fica no meio, no caso, a classe média, que é privilegiada, acreditar que está entre os ricos. Contudo, eles estão mais próximos do que os pobres do que acreditam. A classe média é privilegiada por ter mais acessos e oportunidades que os pobres. Esses acessos incluem coisas básicas como educação e saúde. Essas facilidades os colocam muito a frente em relação aos pobres (exemplo na disputa em vagas de universidades federais, ou até mesmo acesso ao ensino superior).
A renda per capita é maior que um salário mínimo, mas como o IBGE constatou, grande parte da população recebe menos que um salário. Isso é preocupante, porque há uma grande parcela sem o mínimo necessário para viver, isso não quer dizer que é o mínimo para viver confortavelmente, é ter menos do que se julga necessário para ter o que comer. E isso é o que resulta em que tem privilégios acreditar ser rico. Ainda que essa pessoa ganhe um salário de R$ 15.000,00, se a empresa em que trabalha falir, se for mandada embora, estará na mesma situação que um pobre que ganha um salário menor que R$ 1.000,00 que também perdeu o emprego. O classe média tem uma situação melhor por ter um emprego melhor, mas isso não quer dizer que não esteja fadado aos mesmos problemas que alguém de classe mais baixa.

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