Ignorância

Recentemente saiu uma pesquisa em que aponta que grande parte dos brasileiros acredita que o estupro é devido à atitude da mulher. Seja em questão de roupas, modo de agir. Daí não se sabe qual é o absurdo maior:  colocar na vítima a culpa do ato criminoso ou saber que tem gente (que parece não ser pouca) concordar com isso.
Mas, talvez, esse resultado da referida pesquisa não deveria ser tão inesperado assim. O país da pesquisa é um lugar onde mulheres são tratadas como objetos e itens de propagandas masculinas; um país que em que coloca a mulher como referencial ao ato sexual e ainda faz questões de criar distinções entre funções masculinas e femininas; um país que permite, promove julgamentos distintos das mesmas atitudes para gêneros diferentes. E quando se diz país aqui, refere-se à população, as pessoas, os indivíduos, sua grande maioria que concorda essa linha de pensamento.
Outro absurdo é questionamento da possibilidade da mulher poder amamentar em público, algo tão natural, enquanto homens podem correr de sunga nas ruas ou parques. O difícil de entender é que esta situação é mais desconfortante que àquela. E tudo isso é ratificado por atitudes ditas como se fossem para ajudar, mas só comprovam a ignorância de quem promove. Um bom exemplo é o vagão exclusivo feminino. Um vagão que só podem entrar mulheres. A justificativa é de que isso evitaria o assédio. Pode até evitar, mas a pessoa (no caso o homem) que assedia pode continuar com seu comportamento em outro lugar, pois não há punição para seus atos. Estão mais preocupados em tirar as prováveis vítimas de uma vida normal do que fazer algo que coíba essa tipo de atitude.

            Nenhum indivíduo merece sofrer violência e muito menos ter o peso da responsabilidade do ato de outrem em suas costas. A sociedade não evoluirá enquanto houver distinções de qualquer tipo entre os indivíduos. Não ser frágil, não há ser forte, há seres humanos que devem respeitar uns aos outros.

Comentários

  1. Obrigada pela dedicatória Humberto! Tenho nem o que falar, concordo em gênero, número e grau. Efico feliz que tenha essa mentalidade :)

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