Complexo de Vizinha Fofoqueira
Não importa onde o
indivíduo mora, pode ser na lua, mas terá um (a) vizinho (a) fofoqueiro (a). Quem
morou em uma rua, com nome, letra ou número; pode ser condomínio também,
daqueles fechados ou estilo prédio. Vai encontrar a vigilância da comunidade.
São as pessoas que sabem tudo o que ocorre nas redondezas: quem pegou quem;
quem engravidou; quem traiu; quem apanhou; quem roubou etc. É uma atividade
altamente voluntária e sem remuneração.
Todo esse cuidado,
esforço, dedicação tem um preço. Geralmente quem cuida da vida alheia, não
cuida da própria. Há relatos (eu presenciei) de vizinha fofoqueira que saía gritando
na rua sobre a santidade de sua filha quando via uma adolescente grávida até o
dia em que sua prole estava gestante. É desnecessário dizer (mas vou falar
assim mesmo) que ela parou de julgar as meninas da rua. Há também relatos do
vizinho que sabe toda a agenda da mulher do vizinho, enquanto a dele tem uma
vida secreta ali mesmo, na rua.
Poderia discorrer sobre
várias coisas que podem gerar esse comportamento, entretanto, vou apenas falar
de efeito desse complexo. Quem cuida da vida do vizinho, não cuida da sua. Muitas
vezes, a atenção demasiada para vida dos que nos cercam, faz com que percamos o
foco da nossa. Problemas que identificamos no próximo, podemos tê-lo também, e
assim, as energias que poderia ser utilizadas para solucionar o próprio
problema são gastas monitorando a vida alheia. Talvez a pessoa esteja falando
sobre o quintal sujo da casa vizinha, mas não limpa a própria sala.
É possível compreender
que, em algumas situações, a vontade seja até ajudar. Contudo, além da invasão
de privacidade, a pessoa pode estar invadindo a autonomia de a outra pessoa
guiar a própria vida. Lembrando que casas diferentes, famílias diferentes,
problemas parecidos (não iguais) e soluções diferentes, afinal, o que funciona
para uma pessoa não quer dizer necessariamente que funcionará para as demais.
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