Bullying sempre existiu
Em uma pesquisa rápida na
Internet, ao digitar o termo Bullying, uma
das primeiras definições que aparecem é a seguinte:
“Bullying
é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos, contra uma pessoa
indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. O termo
surgiu a partir do inglês bully,
palavra que significa tirano, brigão ou valentão, na tradução para o português.
” – Fonte: https://www.significados.com.br/bullying/
- Acesso em 23/09/2019.
O termo estrangeiro ficou mais
comum no Brasil na segunda metade da década de noventa, mas a sua prática já é
tão antiga no país sul-americano quanto as relações sociais. Talvez, por essa
terminologia ter aparecido um pouco mais recente em terras brasileiras, alguns
acreditam que isso é invenção de uma “geração que não sabe aguentar piada”, ou
como muitos chamam: “geração mimimi”.
Mas não é porque a prática não
tinha nome que ela não estava lá. Como a definição acima diz, as práticas de
atos violentos e intencionais sempre estiveram lá: na escola, na rua, no
trabalho, na televisão. E os atingidos eram pessoas ou grupos indefesos que até
então não possuíam voz.
Antes, a razão do comportamento
violento era atribuída à vítima: “se você não ligar, ele para”; “você tem de se
impor”; “isso é só brincadeira”; “você não aguenta piada”; “é da boca pra fora”.
Essas frases eram repetidas para quem sofria perseguição para que a vítima
tomasse uma atitude para que ela não fosse mais perseguida enquanto nada
ocorria ao praticante da violência.
A situação era pior para a vítima
quando ela chegava ao limite. Se por alguma razão ela perdesse o controle
devido aos incessantes ataques, ela sofria retaliação por chegar ao seu limite.
Por situações assim, muitos se retraíam, evitavam convívio social chegavam a
cometer suicídio. Havia os que ainda insistiam em tentar permanecer nos grupos
que não os aceitavam ao custo de muitos problemas emocionais.
Com toda essa atmosfera sem
amparo, as vítimas do “ainda não existente bullying”
sofriam na maioria das vezes caladas, acreditando que era culpa delas a
situação. Não só com advento do termo, mas a percepção de que isso era errado,
os que até então eram vítimas, resolveram se levantar contra essa operação. A
partir daí, aquela brincadeira que supostamente era inocente, não era mais considera
inocente.
Assim surge a geração “mimimi”.
Esse nome foi colocado por aqueles que gostariam de continuar os ataques sem
alguma retaliação dos oprimidos. Antes, acreditavam que possuíam o direito de
ofender e agora que esse direito foi ameaçado, os opressores se sentem na
posição de rejeitar o “politicamente correto”.
O bullying não é uma invenção atual e tão pouco uma palavra de quem é
de uma geração “mais frágil”. É um problema real atingindo milhões de pessoas e
que, ainda que com passos curtos, o grupo de oprimidos está ganhando voz e
podendo mostrar que aquela ofensa não é brincadeira.
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