Exclusão maior que a Inclusão




A tecnologia direcionada para comunicação e relações pessoais era para deixar mais próximo quem está longe. Era para unir mais. ERA. Quando inventaram o telefone, foi para que as pessoas pudessem conversar a longas distâncias. Depois, o advento da Internet veio para melhorar essa comunicação e quebrar barreiras de interação que há muito existiam.
Também é de notoriedade a invenção do Rádio e da Televisão. Aparelhos que proporcionaram, e ainda proporcionam, propagação de entretenimento e informação de forma bem ampla chegando até a lugares remotos.
É inegável o alcance dessas tecnologias, assim como sua importância. Mas, recentemente, é como se elas fossem uma espada de dois gumes (olha a referência Bíblica aí). O que era para unir, está separando.
Ainda que Rádio e Televisão ainda sejam grandes veículos de informação, a Internet vem dominando. A Internet com toda a sua acessibilidade permite que o indivíduo se comunique em tempo real com qualquer outro em qualquer parte do planeta. Permite também a um acesso quase que infinito de informação, fonte de conhecimento e àquele livro que você não acharia na biblioteca da sua cidade.
Entretanto, isso tem um preço. Da mesma forma que pode unir pessoas que estão longe, pode separar os que estão perto. Ao mesmo tempo que pode ser uma fonte de conhecimento, pode ser uma fonte de desinformação.
Sobre separar pessoas, não se refere aqui àquela pessoa que prefere ficar mais tempo com seus aparelhos eletrônicos do que com contato humano, mas sim, àqueles indivíduos que utilizam o poder da rede de comunicação para gerar divisões. Ao invés de utilizar para encontrar pessoas com interesses em comum, essas pessoas utilizando a rede de computadores para excluir qualquer um que não faça parte de seu grupo seja fazendo ataques virtuais, cyberbullying, até mesmo promovendo rivalidades com demais grupos.
Os efeitos disso são muito nocivos. Afinal, as vítimas, que muitas vezes procuram na Internet um refúgio, encontram um ambiente hostil, de rivalidade e competição. As redes sociais que tinham como objetivo conectar pessoas, estão gerando pessoas mais frustradas. Uma competição para ver “quem está melhor”, “quem está mais feliz” e por aí vai.
Ainda fazem muitos acreditarem que devem cumprir certos requisitos para estarem à altura de determinadas companhias. E os que acreditam não estarem, se sentem mal por “não fazer o suficiente” e ficam em um estado de solidão, afinal, “não é merecedora de pertencer ao grupo”.
As exigências são muitas para estar no mundo ideal. A pessoa se sente de fora do que lhe é apresentado como realidade. Em um mundo cada vez mais conectado, os indivíduos encontram-se cada vez mais abandonados.



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