Brasileiro Paradoxal




Em uma pesquisa rápida no Google, encontrei como resultado para o termo ‘paradoxo’:
“1 - pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria.
2 - aparente falta de nexo ou de lógica; contradição.”
Eu estava refletindo justamente pelo segundo ponto da definição do dicionário: aparente falta de nexo ou de lógica. Há muitas coisas em que não consigo enxergar lógica. Por exemplo, o brasileiro cristão que diz “bandido bom é bandido morto”. A falta de lógica para um adorador do Deus cristão para essa expressão aí está presente em vários pontos de seu livro sagrado, a Bíblia, mas um em particular deixa meu sensor de ironia gritando:
“Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel? “ - Ezequiel 33:11 – (https://www.bibliaonline.com.br/acf/ez/33  -  Acesso em 24/12/18)
Então, o próprio Deus deles, a criatura que eles julgam ser a mais poderosa do universo e tudo mais diz que não quer ver ninguém morrendo, mas que busque arrependimento e redenção. Então, por que seria bom um bandido morto se nem o senhor supremo quer isso? Fica o questionamento.
Acredito que só os paradoxos cristãos poderiam render várias linhas, parágrafos, mas tem outras coisas que não têm nexo e não é exclusividade de cristão. Por exemplo, conheço muitas pessoas falam que para o Brasil se desenvolver deve facilitar para o empregador: “É difícil ser patrão no Brasil”. Até acredito que seja mesmo, afinal, a mesma pessoa que fala que tem que apoiar o empreendedor, o patrão, é a pessoa que gosta de dar golpe no trabalho, roubar material de escritório, entregar atestado falso e por aí vai. Uma frase comum é: “Dono da empresa é ryco, não vai sentir falta disso” ou “Fodacy o dono, ele não liga para gente mesmo”. Essa é uma incongruência que ainda não entendi. Se ele está realmente preocupado com os empresários do Brasil, por que não começa a respeitar o próprio? Justo onde ele pode fazer a diferença, mostrar todo o seu respeito e cumprir sua parte do contrato de trabalho, por que ainda sim ele lesa seu patrão?
Para não prolongar muito, outra coisa que não fecha a conta é o dito cidadão de bem não respeitar a lei. “Mas, como assim?” Eu te explico. As leis existem para manter a ordem e que todos possam conviver sem muitos problemas. Ainda que não concordemos com algumas leis, temos que respeitá-las, afinal, é para o bem coletivo. Mas o dito cidadão de bem parece escolher a lei que vai obedecer. Um exemplo bem comum é trânsito. Não tem vaga? O cidadão cria uma - Mas é proibido – Não importa, ele quer estacionar ali; O limite de velocidade é 60 km/h? Para o cidadão de bem, não! Ele vai a 110 km/h. Afinal, a pressa dele é a mais importante do trânsito. Sinal ficou vermelho? O carro dele não pode parar.
Esses são apenas alguns exemplos de algumas coisas que não fazem sentido para mim a respeito do cidadão brasileiro. Não sei se é hipocrisia, falta de bom senso, desrespeito pelo próximo ou tudo junto.



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