Burocracia do Tinder


Tinder, para quem não conhece – porém, acredito que todo mundo conhece – é um aplicativo para conhecer pessoas e, digamos, facilitar seus encontros. Funciona basicamente como um cardápio humano: você passa as fotinhas das pessoas para esquerda se não gostar e para direita se gostar. Se a pessoa do outro lado passar sua foto para direita, dá match. Aí, vocês podem conversar, ver uns esquemas e acabar fechando. Simples!
Porém, é o que era para facilitar, vira um poço de burocracia. Caso você tenha circulado pelas Internet (sem a concordância mesmo), vai reparar que existem várias páginas fazendo graça de perfis do Tinder, a maioria de homens passando vergonha (porque omi serve para isso mesmo). Dessas vergonhas, a que me irrita até diretamente é a burocracia.  Existe aquele povo que para você ar um oi precisa ir ao cartório, mostrar atestado de antecedentes criminais, nada consta, cartão de vacinas, contracheque, comprovante de endereço, três referências, alinhamento dos planetas e por aí vai.
O que era para simplificar acabou complicando mais. Se fosse pela questão de segurança, dava até para entender. Mas é puro ego. Das páginas que existem por exemplo, sempre tem perfil de gente que exige fundos e mundos para um match. Tudo bem que não é para ficar com qualquer um, mas pelo nível de exigência, eu me pergunto se alguém consegue atender tantos requisitos.
Uma vez que consegue o tão sonhado match, aí vem a chance de conversa. Qualquer “oi” errado pode arruinar a chance de uma conversa. Existem aqueles que querem uma saudação diferentona, não pode dizer um simples “bom dia”. Mas, tudo bem, você conseguiu iniciar a conversa a pessoa respondeu e agora? Agora você vai ter que ver vários motivos pelos quais a pessoa não quer sair e sente exclusiva. Ninguém é obrigado a ficar/conversar/beijar alguém, mas essas pessoas em particular gostam de mostrar o tanto que são difíceis. É uma coisa que definitivamente não compreendo.
Imagine, você lá, na inspiração dos flerte (sem concordância de propósito de novo), dizendo que curtiu a pessoa e talz e vem como resposta: “Eu sou do tipo que não gosta do que todo mundo gosta, sou de deus, mas entrei aqui porque queria conhecer pessoas” aí depois termina: “mas a gente pode ver uns esquemas aí”. Tirou e deu esperança. Aí você fala de conhecer pessoalmente: “não vai ter nada, nem beijo, nem nada, mas se você me conquistar...” Não sei vocês, mas não sei no que pensar com umas frases dessas.
Como se não pudesse ficar pior, como bônus, apresento a vocês o do tipo que reclama quando consegue algo: “Foi tão fácil, não boto fé, vou dispensar”. Quem entende?


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