Corrupção


Corrupção

A palavra que ganhou grande destaque nos últimos cinco anos foi corrupção. Particularmente, é uma coisa que não entendi muito bem. Não sei se a galera estava contra ou favor. Em 2013, iniciou-se uma onda de protestos sob o pretexto de arrancar esse mal que tanto assola a vida do brasileiro. Entretanto, eu não vi diminuir o número de pessoas furando fila, criar nota para o imposto de renda, pedir para o amiguinho assumir a multa para não perder pontos na carteira, devolver troco a maior.
Alguém pode dizer que “nem todo brasileiro faz isso”.  Essa expressão confirma a regra. Refletindo um pouco, é interessante perceber que quando alguém devolve uma quantia que acha no lixo, ou em qualquer lugar, é motivo de aparecer no jornal: “Fulano achou R$ 10.000, 00 de Cicrano e devolveu”. Ou o espanto que é ver notícias de outros países em que uma catraca de metrô quebra e eles ainda deixam o dinheiro lá.
Eu tive uma conversa com um conhecido que gosto muito e ele estava me contando sobre uma pessoa de seu círculo de amigos que já roubou (ou deu golpe, se assim preferir) nos demais membros, exceto ele, que estava me contando o caso, porque ele já sabia da reputação e nunca deu mole. O interessante foi ele dizer que nunca teve problema com esse cara porque estava sempre ligado. A primeira coisa que pensei: “Mano, ele roubou teus amigos”. Independente do que se deva ser feito com o ladrão de conhecidos, essa história me foi mais uma evidência de como somos corruptos de natureza, ao ponto de tolerarmos pequenos furtos, pequenas quebras na lei e assim por diante.
Corrupção sempre existiu e, infelizmente, sempre vai existir, mas o que podemos fazer para que não seja um mal tão grande? Acredito que o indivíduo deveria pensar em sua responsabilidade perante todo o sistema ao invés de exigir de outros. Como nesse assunto não tem como fugir de política, fica o questionamento: Se os políticos são corruptos, por que os reelegemos? (note que falei reeleger). É muito interessante reclamar de roubo de políticos, mas a pessoa sonega imposto.
O problema não é exclusivo da política ou algum partido, está mais próximo de nós como indivíduos. Se a pessoa mente para conseguir uma vantagem, infringe alguma regra, ainda que não pareça causar um dano maior, isso não a torna diferente de quem é pego cometendo um crime, a diferença é não ser preso. Então, se cidadão quer menos corrupção, ele deveria ver como ele contribui para sua erradicação. É como reclamar da sujeira em casa, mas, além de não pegar uma vassoura para varrer, ainda joga lixo no chão.

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