Valorizar




Em estudos feitos por mim mesmo, presenciando conversas, participando de conversas, vendo horário político, ouvindo filósofo de bar, lendo livros, observando e estudando sobre outros países eu achei um consenso: Tem que valorizar a educação.
Os países asiáticos são os mais usados de exemplo de respeito ao professor, primazia na educação e modelo de atividade de ensino. Uma coisa que aprendi no Facebook (por isso não posso dizer que é verdade) é que o único que não precisa se curvar diante do imperador é o professor. Mas eu sei que a figura do sensei lá é bastante respeitada, independente de Facebook facts. Lá criança não fica fora da escola e toda a estrutura de classes do Japão é meio que definida onde o indivíduo estudou e quais foram suas notas na sua vida escolar.
Indo para Coréia, eu vi uma reportagem muito legal sobre o “ENEM coreano”. Eles param o dia para que ninguém corra o risco de perder a prova. Os alunos são apoiados por seus colegas que ficam nas portas dos locais da prova demonstrando sua torcida. Para não ficar só no oriente, tem a Finlândia. Lá, a profissão de licenciatura é uma das mais cobiçadas, seu prestígio é enorme (além do trabalho também) e que eles possuem uma cultura voltada para a educação.
São exemplos curtos, bonitos, dá até gosto. Mas e aqui? Nem vou entrar no mérito de a primeira coisa a sofrer corte de verbas seja a educação. Tipo: Vai faltar dinheiro para construir uma ponte – tira da educação. Nem vou me estender nisso. Vou abordar uma realidade micro. Eu presenciei muitos pais questionando, por exemplo, a quantidade de tarefa de casa de seus filhos, alegando que era muita, porém, ao mesmo tempo reclamava do ócio da prole. Confuso?
Ao responsabilizar os professores pelas notas que os filhos tiram também não é uma forma de valorizar a profissão ou educador. O professor não tem uma cota de reprovação ou ele ganha um extra por isso. Independente do que levou às notas ruins, antes de pensar em questionar o professor, por que não conversar pelo que pode ser feito para não repetir?
Tratar a escola pública como a casa da mãe Joana é algo muito comum (e nem falo dos alunos). A instituição tem regras que devem ser respeitadas, e o que percebo que os pais gostam de quebrar essas regras como a questão de acesso, permanência, palavreado e horários para conversar com os professores. Apesar de os responsáveis terem o direito (e o dever) de participar ativamente da vida escolar dos filhos, cada coisa em seu horário.  Imagine se o professor tivesse que interromper a aula de seu filho para cuidar de um caso isolado de outro aluno.
Enxergar professores como inimigos e a escola como creche é algo que me dá até arrepios de lembrar. A pessoa tem toda uma dedicação, um curso universitário, faz processo seletivo, é qualificado para o cargo para o pai preferir acreditar que um youtuber sem nenhum preparo é uma fonte de referência. Ainda, acreditar que professor tem trabalhar por amor a profissão é dizer que ele não merece remuneração por todo o esforço que teve para estar ali e ainda dizer que a educação de um jovem é algo sem valor. Reclamar de greve dessa categoria por “não ter onde deixar o filho” e não por “ele pode ter problemas em absorver o conteúdo” é um dos maiores sinais de que a educação não é importante.

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